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Funai e líderes indígenas denunciam tráfico de drogas nas aldeias
A Fundação Nacional do Índio (Funai) de Chapecó promoveu, nesta segunda-feira (30), uma reunião para denunciar e buscar solução para a ocorrência de tráfico de drogas dentro das comunidades indígenas da região. O pedido de ajuda também é para a ocorrência de consumo de bebida alcoólica por jovens e até mesmo crianças. Segundo a chefe do Serviço de Promoção dos Direitos Sociais e Cidadania da Funai, Kelen de Oliveira da Fonseca, a situação mais grave é na Terra Indígena Xapecó, na cidade de Ipuaçu, onde foram relatados casos de agressões e ameaças de estudantes – possivelmente sob influência de álcool ou drogas - contra professores. “Dentro das terras indígenas da região de Chapecó está ocorrendo o tráfico de drogas e nós tomamos conhecimento disso por mio dos caciques, que vieram até nós pedir ajuda”, contou Kellen. Além do tráfico, ela reforça que situações de consumo de bebidas alcoólicas e porte de arma branca por parte de adolescentes também foram reportados. Ela conta que um dos casos era o de uma criança de cinco anos cheirando gasolina. Ajuda “Estamos pedindo socorro para as autoridades, para a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Estadual e também para os Conselhos Tutelares, CRAS. Precisamos de ajuda para identificar essa situação, que não pode ficar desse jeito, porque amanhã ou depois pode ter consequências maiores”, enfatizou. E pede ajuda das polícias para identificar esses traficantes e coibir essa prática. Além de ações para coibir o tráfico e consumo de bebidas alcoólicas por menores, a reunião também busca uma solução preventiva. “Estamos chamando vários órgãos além da Polícia. Precisa haver um trabalho integrado e a Funai está à disposição para pensarmos juntos sobre o que fazer e ajudar a população indígena”, disse. O cacique Osmar Barbosa, da Terra Indígena Xapecó, em Ipuaçu, conta que esse problema se repete em muitas comunidades. “Tivemos problema com aluno que chegou embriagado em dia de aula e tivemos que pedir ajuda ao Conselho Tutelar”, explicou o cacique. Sobre o tráfico de drogas Barbosa diz que o repasse seria feito por pessoas de fora e que isso tem mudando o comportamento dos jovens. “A gente vê eles descontrolados, não respeitam mais os pais nem as lideranças e entram em conflito”, disse. Além do apoio das Polícias, o cacique acredita que com a realização de mais atividades como competições esportivas e outras ações poderia impedir que os jovens entrassem nesse caminhão, e reclama da falta de um ginásio ou espaço para esse tipo de atividade. “A gente quer unir mais órgãos no combate a esses problemas que vem ocorrendo. A bebida de álcool vem causando desavenças, já teve homicídio. A gente precisa da ajuda da polícia, da Funai, dos conselhos tutelares para trabalhar junto”, reforça. Preocupação O cacique da Aldeia Toldo Chimbangue de Chapecó, Idalino Fernandez, explica que a situação é parecida em várias áreas indígenas da região. “O problema da droga está em todos os lugares. Hoje não é mais como no passado, que as lideranças eram respeitadas, que as pessoas de fora se declaravam para entrar”, conta. E diz que se não houver uma integração entre os órgãos de Justiça, polícias e as aldeias isso pode se agravar. “Porque é uma situação que está levando os nossos filhos para um caminho que pode não ter volta, e que envolve outros tipos de violência dentro das aldeias”, reforça. Ministério Público acompanha casos A promotora Lia Nara Dalmutt, da comarca de Abelardo Luz, conta que o Ministério Público foi procurado pelas lideranças da aldeia relatando os problemas, que também eram acompanhados pelos registros de ocorrências da Polícia. “Infelizmente é uma situação que vem se agravando, o uso de álcool e drogas pelos adolescentes que culminam em agressões físicas, na falta de rentabilidade deles nas escolas, e atrapalhando as aulas. Mas essa reunião também tem cunho preventivo para buscarmos uma solução não só punitiva, e sim preventiva para começar a evitar esse tipo de situação dentro das aldeias”, reforça. Ela destaca ainda a importância de incluir esses jovens em atividades extraclasse, não deixando tempo ocioso para que eles se envolvam nesse tipo de situação. “E a conscientização também tem que vir dos pais. A gente sabe que a aldeia tem esse problema com bebida. E o exemplo vem de casa. Ao verem os pais bebendo, eles (os jovens) começam a beber precocemente”, reforça. Além do MPSC, o Ministério Público Federal, o Conselho Tutelar e Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Abelardo Luz, e outras lideranças participaram do encontro.
Fonte: Diário Catarinense
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