No Brasil, a primeira grande campanha da voz se deu em virtude das comemorações da Semana Nacional da Voz, comemorada entre 12 e 16 de abril de 1999. A partir de 2003 passou a ter expressão internacional, com diversos eventos organizados também nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
A data foi oficialmente instituída pela Lei nº 11.704/2008 e o objetivo da campanha é conclamar a população para ações que visem à conscientização quanto à importância da saúde da voz em suas várias dimensões, principalmente, para aqueles que a utilizam como instrumento de trabalho, como os professores, operadores de telemarketing, atores, cantores, profissionais do direito, locutores, entre outros.
Além disso, as ações promovem a possibilidade de auto avaliação, fazendo com que as pessoas busquem profissionais qualificados que possam realizar o diagnóstico precoce de doenças, como o câncer de laringe.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de câncer de laringe. Os grandes vilões são o cigarro e o álcool. Associado ao fumo, o consumo de bebidas alcoólicas triplica as chances de desenvolver a doença.
A voz pode demonstrar diversas características individuais: ao ouvir uma voz identificamos e reconhecemos uma pessoa, suas emoções, temos impressões sobre a sua personalidade, intenção e imaginamos até mesmo sua aparência.
É considerada “o tato à distância”, por isso descrevemos as vozes como aveludadas, ásperas, crepitantes, macias, brilhantes, coloridas, metálicas, dentre outras qualidades.
Os seres humanos vocalizam desde o nascimento (choro). Esse mecanismo de produção da voz ocorre pelo ar expiratório, que ao passar pela laringe aproxima e faz vibrar as pregas vocais. Esse som laríngeo é “transformado” e amplificado pelas chamadas “cavidades de ressonância” (principalmente a boca e a faringe), que funcionam como uma espécie de filtro, que modificam e qualificam a voz.
Como proteger a voz:
– evitar tossir ou pigarrear em excesso, pois este hábito promove atrito entre as pregas vocais;
– evitar gritar ou falar por tempo prolongado;
– beber água em temperatura ambiente ao longo do dia, em pequenos goles, principalmente ao permanecer por muito tempo em ambientes com ar condicionado;
– evitar bebidas alcoólicas – elas atuam como anestésicos, reduzindo a sensibilidade, favorecendo forçar mais a voz sem perceber;
– evitar uso de pastilhas e sprays, pois também atuam como anestésicos para a voz;
– procurar ingerir maçã com frequência, pois essa fruta tem propriedades adstringentes que agem limpando a boca e faringe;
– evitar falar em ambientes ruidosos ou com música em volume alto para não “competir” com o barulho;
– se for alérgico, procurar não se expor a mudanças bruscas de temperatura respirando pela boca, mas sim pelo nariz, que filtra e umidifica o ar;
– não fumar, pois a fumaça é altamente irritante para a mucosa do aparelho fonador, especialmente para as pregas vocais;
– não consumir café ou chá preto em excesso, pois estes alimentos possuem muita cafeína, ressecando o trato vocal;
– evitar alimentos achocolatados ou derivados do leite, principalmente antes do uso profissional da voz (cantar, atuar, dar aulas, palestras), pois aumentam a secreção espessa no trato vocal;
– fazer repouso vocal durante os intervalos no trabalho e após uso intensivo da voz;
– não usar roupa muito apertada na região da cintura, pois dificulta a respiração diafragmática;
– procurar manter o padrão de respiração nasal, este é o mais adequado para não trazer impactos na qualidade vocal;
– dor na garganta que não melhora, rouquidão ou falhas na voz por mais de 15 dias, tosse, dor ou dificuldade para engolir, são sintomas que precisam ser avaliados por um médico.