População do Brasil vai parar de crescer e SC irá encolher, diz IBGE

Uma projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prevê o encolhimento da população do Brasil, diante da redução da taxa de fecundidade. A população do país vai parar de crescer em 2041, mas Santa Catarina será um dos últimos estados a sofrer a queda.

As Projeções de População do IBGE, com dados do Censo Demográfico 2022, foram divulgadas nesta quinta-feira (22). A estimativa é que a população do Brasil pare de crescer a partir de 2041, após atingir o pico de 220.425.299 habitantes.

A partir daí, o Brasil deve passar por um encolhimento da população e chegar em 2070 com o número de 199.228.708 habitantes.

De 2000 para 2023, a taxa de fecundidade no país caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher. O IBGE prevê que o índice deve recuar ainda mais em 2040 e atingir seu ponto mais baixo de 1,44.

Idade média do brasileiro também aumentará

Além do encolhimento da população, o Brasil deve envelhecer. A idade média dos brasileiros atingiu 35,5 anos em 2023 e vai subir para 48,4 anos em 2070.

De 2000 para 2023, a proporção de idosos quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, os maiores de 60 anos passaram de 15,2 milhões para 33 milhões no período.

O levantamento se baseia em dados de diversas fontes, como os censos demográficos de 2010, 2010 e 2022, a série histórica das Estatísticas do Registro Civil, o Sistema de Informações sobre Mortalidade e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

As projeções do IBGE permitem acompanhar a evolução dos padrões demográficos do país e servem de parâmetro para ações e programas do governo.

“Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”, explica Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.

População do Brasil deve parar de crescer em 2041

Após a queda na taxa de fecundidade, que deve atingir seu ponto mais baixo de 1,44 filho por mulher em 2040, o índice pode voltar a crescer e chegar a 1,50 em 2070.

A redução da taxa é observada desde a década de 1960 no Brasil. O fenômeno teve contribuição de alguns fatores como a urbanização, o ingresso das mulheres no mercado de trabalho e a popularização da pílula anticoncepcional.

“Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, lembra Izabel Marri.

Segundo o IBGE, as regiões com as taxas de fecundidade mais altas em 2023 foram Norte (1,83) e Centro-Oeste (1,71). O Nordeste (1,56), o Sul (1,56) e o Sudeste (1,48) tiveram as taxas mais baixas. Entre os estados, o ranking é liderado por Roraima (2,26), enquanto a mais baixa foi do Rio de Janeiro (1,39).

Outro ponto que indica o encolhimento da população do Brasil é o número de nascimentos por ano, que foi de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070.

“Ainda não sabemos dizer o que, nessa redução, era o esperado e o que foi efeito da pandemia, principalmente a partir de 2021. Estamos aguardando para ver se os dados observados dos próximos anos vão mostrar, ou não, uma recuperação do número de nascimentos para os níveis pré-pandemia”, antecipa a gerente de Estudos e Análises Demográficas.

Quando o encolhimento da população vai chegar em SC?

O IBGE destaca que o encolhimento da população será desigual entre as regiões brasileiras. O primeiro Estado que vai registrar a redução demográfica é Alagoas, em 2027.

“A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”, esclarece Izabel Marri.

Depois de Alagoas, a previsão é seguida pelo Rio Grande do Sul em 2027, pelo Rio de Janeiro em 2028 e pelo Maranhão em 2034. Vale ressaltar, também, que o Mato Grosso é o único estado que não vai apresentar encolhimento da população até 2070.

Santa Catarina e Roraima aparecem como os dois últimos estados a apresentar encolhimento da população, com previsão a partir de 2064. Isso significa que a população catarinense ainda deve crescer por mais quatro décadas.

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