Servidores da comarca de São Miguel do Oeste estão dedicados à realização de uma única sessão de Tribunal do Júri que se estende desde segunda-feira (6/3). Os réus são acusados de serem os mandantes da morte de um advogado em Guaraciaba, no extremo-oeste, em agosto de 2018. O terceiro dia de trabalhos, nesta quarta-feira (8/3), está imbuído do cumprimento dos debates. Nessa fase do julgamento, acusação e defesa têm quatro horas e 30 minutos para apresentar seus argumentos aos jurados. Os trabalhos são presididos pelo juiz Márcio Luiz Cristofoli, titular da Vara Criminal da comarca.
Durante a manhã, foi a vez do promotor de justiça e dos assistentes de acusação utilizarem a palavra. Depois da pausa para o almoço, iniciou a apresentação dos advogados de defesa que se estenderá até a noite, com o encerramento das atividades do dia. A sessão continua na manhã de quinta-feira (9/3), com retorno previsto para 9h. Caso haja pedido para réplica e tréplica – novas falas da acusação e defesa, respectivamente –, os trabalhos reiniciam com debates em que cada um terá mais duas horas para argumentações. Caso contrário, começa a votação dos quesitos pelo conselho de sentença e, em seguida, o magistrado emite a sentença.
Interrogatórios
A manhã do segundo dia de júri, terça-feira (7/3), foi marcada pelas oitivas das testemunhas arroladas pela defesa. Seis pessoas foram ouvidas presencialmente. À tarde, foi a vez dos réus falarem. Mesmo diante do direito de permanecer em silêncio, previsto em lei, os três acusados decidiram responder apenas aos questionamentos dos advogados de defesa. Ao todo, foram duas horas e 30 minutos de declarações.
Pela complexidade do caso, foi solicitada a cessão da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste para realização da sessão do Tribunal do Júri. A segurança está reforçada com policiamento do batalhão de Polícia Militar local e da escolta da Polícia Penal.
O crime
De acordo com a denúncia, no dia 13 de agosto de 2018, dois acusados saíram de carro de Chapecó para Guaraciaba. Um terceiro foi de motocicleta cuja placa era clonada e o número do motor adulterado. Nas proximidades do trevo de Guaraciaba, o executor embarcou na moto e os dois foram até o escritório da vítima. Sem retirar o capacete, ele teria anunciado um “assalto” para as funcionárias do escritório e pedido para levá-lo ao “doutor”. Quando todos deitavam no chão, o acusado teria atirado na cabeça de Joacir Montagna, que faleceu no local.
Os acusados teriam fugido de motocicleta, a qual teria sido abandonada no interior do município de Guaraciaba. Depois, eles teriam voltado de carro para Chapecó. O contratante teria pago pelo crime R$ 7.500,00 em dinheiro, além de uma arma de fogo. Ainda de acordo com a denúncia, o tio dos irmãos teria realizado a venda de uma arma de fogo e a transportado para outro estado no interior de um ônibus (Autos n. 0003785-90.2018.8.24.0067).
De acordo com a denúncia, o casal contratou um homem para cuidar da morte do advogado. Esse contratado acionou o atirador que, por sua vez, chamou os dois irmãos e um tio para participar do crime. Segundo investigação, o motivo era para facilitar as tratativas de um possível acordo em uma Ação de Cumprimento de Sentença, em que a vítima atua como advogado da parte contrária e não atendia aos desejos e propostas da família processada para o desfecho da ação judicial (Autos número 0002879-66.2019.8.24.0067).
Imagens: Divulgação/Câmara de Vereadores de SMO
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI