Um leão-baio foi encontrado morto na beira de uma estrada em Monte Carlo/SC. O registro foi compartilhado na internet e chamou atenção dos moradores da região durante a semana. O felino é considerado extinto na maior parte do Estado.
O 1° Tenente da Polícia Militar Ambiental da região de Joaçaba, Flávio Andrade e Lopes confirma a veracidade do vídeo e que o caso foi registrado pela Polícia Militar do município. “Foi solicitado que uma guarnição, daquela cidade, fosse ao local verificar se o animal ainda estava lá. No entanto, não foi mais encontrado o animal”.
Em função de não poder mais encontrar o animal, a causa da morte não pode ser apurada. Mas conforme informou o Tenente Flávio, os indícios apontam ser possível que o leão-baio tenha sido vítima de um atropelamento, fator recorrente na região.
O biólogo, Jackson Preuss, atua na região com animais silvestres e explica que esse animal é conhecido como leão-baio, onça-parda ou suçuarana. Ele é bem importante na cadeia alimentar e está presente desde o Sudeste do Canadá até o Extremo-Sul da Argentina e do Chile. O pesquisador explica que “o atropelamento, com certeza, é um dos principais responsáveis pela diminuição e perda da biodiversidade”.
“O legal dessa espécie é que ele ocupa vários tipos de ambiente, se adapta muito bem a diferentes lugares. Então é um animal extremamente importante na cadeia alimentar, um predador do topo de cadeia alimentar, mas que vem sofrendo muito”, explicou Jackson.
Leão-baio
O animal é o segundo maior felino do continente americano e pesa aproximadamente 70 quilos com pelagem que varia entre bege, acinzentado e avermelhado. Os filhotes do leão-baio nascem com pintas que tendem a desaparecer conforme crescem.
Ele está no topo de cadeia e se alimenta de roedores, lebres, tatus, veados, capivaras, aves, lagartos e até mesmo serpentes. Porém, a redução do espaço, com menos espaço para que ele possa caçar, faz com que os animais acabem por atacar gado e ovelhas em propriedades rurais.
Risco de extinção
Em algumas regiões, como no estado de Santa Catarina, o número de leão-baio é bem reduzido. Existem registros na região de Lages, Monte Carlo, na Serra, na região litorânea e também há registros no Parque Nacional das Araucárias. “Fora isso esse animal praticamente não existe em outros pontos porque ele depende de grandes fragmentos florestais”, explica Preuss. Outro fator importante é a caça, conforme o biólogo.
Jackson explica ainda que muitos desses animais morrem devido ao atropelamento. “Então em locais específicos, orientados pela sinalização, onde há fragmentos florestais dos dois lados e que tem alguma área de preservação ambiental, é necessário que as pessoas sejam cautelosas, cuidem o limite de velocidade”.
O biólogo explica que existem projetos no Estado que visam conhecer mais sobre essa espécie. Além disso, é importante destacar que esse animal é protegido por lei em Santa Catarina.
Denúncia
O tenente Flávio explica que sempre que verificar a presença deste animal, é necessário ligar imediatamente para o 190 e informar o local onde encontrou. Ele alerta “jamais tentar capturar”.
Em caso de encontrar o animal morto, da mesma forma, ligar para o 190 e “fazer o possível para que o animal esteja ainda no local para que a guarnição da Polícia Militar Ambiental possa fazer o resgate”. A análise do corpo tem papel importante para ampliar as pesquisas sobre o leão-baio.
A legislação
O Código Estadual de Proteção aos Animais estabelece que é considerado crime agredir fisicamente os animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Qualquer experiência capaz de causar sofrimento ou dano que provoque condições inaceitáveis para sua existência