Seis suspeitos de integrar a célula neonazista seguem presos; caso está sendo investigado pela Polícia Civil
Os integrantes da célula neonazista que foi alvo de operação da Polícia Civil de Santa Catarina na semana passada podem ter ligação com outros grupos extremistas. Essa possível conexão está sendo analisada pela Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), que conduz a investigação.
De acordo com o delegado Arthur Lopes, é comum que esses grupos se comuniquem por meio da internet em fóruns e deep web. Os integrantes acabam se aproximando por interesses em comum e estabelecendo conexões. O caso segue sendo apurado pela Deic.
A operação “Gun Project” contra o grupo que se autodenominava a “a nova SS de Santa Catarina” culminou na prisão de seis homens com idades entre 20 e 30 anos. Eles seguiam presos até esta quinta-feira (27). Entre os detidos, quatro são estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Os integrantes do grupo são investigados por associação criminosa armada dedicada à produção caseira de armas de fogo e prática de crimes raciais.
A operação da Deic ocorreu nos municípios de Florianópolis, São José, Joinville, Maravilha e São Miguel do Oeste. Em depoimento, os membros da célula neonazista, que não tiveram os nomes divulgados, negaram os crimes.
Relembre o caso
A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou no dia 20 de outubro a operação que culminou na prisão dos seis jovens suspeitos de integrar a célula neonazista.
A investigação iniciou em abril deste ano, quando um dos integrantes foi preso por tráfico de drogas em São Miguel do Oeste. Na casa do suspeito foram identificados objetos de cunho nazista que levaram a polícia a uma apuração mais aprofundada.
O inquérito policial revelou que a célula se reunia em um sítio, utilizando coletes e peças réplica de uniforme nazista, para a realização de treinamento com armas de fogo e discussão sobre ideário antissemita.
Foram achados vídeos dos encontros entre os integrantes que mostravam a produção de material para divulgação do neonazismo e porte de arma de fogo ilegal.
Na ação da semana passada, além das prisões efetuadas, foram apreendidos diversos materiais de cunho nazista e extremista, como livros, bandeira e outros objetos que estampavam a suástica.
A UFSC emitiu nota na qual diz que “solicitará às autoridades informações sobre os estudantes presos, para a adoção das medidas disciplinares cabíveis” e “repudia toda e qualquer ação racista”.
FONTE – ND MAIS