‘Conclave’ da vida real: conheça os principais candidatos a se tornarem o novo papa

O novo papa da Igreja Católica deve ser anunciado em breve. Cardeais de todo o mundo irão se reunir para eleger o sucessor do Papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira (21) em Roma, na Itália.

A escolha de novo líder acontece em um ritual conhecido como conclave. O novo papa irá assumir o papel de orientar cerca de 1,3 bilhão de fiéis católicos ao redor do mundo em um período de grandes desafios globais.

O cardeal italiano de 70 anos é apontado pelos especialistas como um dos favoritos a novo papa. Desde 2013, Pietro Parolin é secretário de Estado do Vaticano, o segundo posto mais importante na hierarquia da Santa Sé.

Ele sempre foi próximo ao Papa Francisco, sendo o primeiro cardeal nomeado por ele logo após assumir o papado em 2013. Parolin é diplomata do Vaticano desde 1986 e é habituado a negociar com países com grande população não-cristã como Nigéria, China, Vietnã e Oriente Médio.

A sua formação acadêmica é em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, além de ser reconhecido por figuras influentes do Vaticano como um articulador bastante eficaz.

Também italiano de 70 anos, Matteo Zuppi foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2019. Seu favoritismo a ser o novo papa se dá, principalmente, por conta da sua postura progressista e da sua grande proximidade com o pontífice argentino.

Zuppi é presidente da Conferência Episcopal Italiana e membro da Comunidade de Sant’Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso. Ele também esteve envolvido em negociações internacionais sensíveis, com destaque para o conflito russo-ucraniano, quando atuou como enviado especial do Vaticano tanto em Kiev, capital da Ucrânia, quanto em Moscou, capital da Rússia.

Os seus ideais progressistas coincidem com o trabalho do Papa Francisco de tornar a Igreja Católica mais inclusiva, incluindo diálogos mais abertos com a comunidade LGBTQIA+.

O último italiano da lista, de 60 anos, é Pierbattista Pizzaballa, nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2023. Ele atua como líder da Igreja Católica no Oriente Médio, especialmente como Patriarca Latino de Jerusalém, trabalhando pelo diálogo inter-religioso na cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos.

Pizzaballa também tem atuação no conflito entre Israel e Palestina, mantendo laços estreitos com líderes tanto judeus quanto muçulmanos. Apesar da sua relação com os israelenses, ele também tem sido um defensor dos palestinos durante o conflito, inclusive visitando Gaza no final do ano passado.

O franco-argelino de 88 anos nasceu na Argélia, mas fez sua carreira na França. Ele foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2022 e é conhecido por seu diálogo especialmente nas questões migratórias.

Tendo nascido em um país de maioria muçulmana, o candidato a novo papa se considera um “bergogliano” (em referência ao sobrenome de batismo do Papa Francisco) e tem atuação também no diálogo inter-religioso, principalmente com os muçulmanos que imigram para a França.

O português de 60 anos foi nomeado cardeal pelo Papa Frnacisco em 2019 e atua como prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação desde 2022. O candidato a novo papa também é da ala progressista da Igreja e possui grande afinidade com as ideias do pontífice argentino.

Considerado um poeta e intelectual de renome, o português já foi bibliotecário da Santa Sé e reitor da Pontifícia Universidade Católica Portuguesa. Ele também é conhecido por saber falar línguas clássicas como hebraico e grego antigos.

O maltês de 68 anos foi nomeado cardeal por Papa Francisco em 2020 e tem posturas focadas em questões relacionadas ao diálogo inter-religioso e justiça social. Grech é doutor em Direito Canônimo pela Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma.

Desde 2020, ele é secretário-geral do Sínodo dos Bispos, órgão consultivo do Papa para discutir questões cruciais para a Igreja. Seu nome tem ganhado força no Vaticano pela sua atuação no desenvolvimento do Sínodo.

O húngaro de 72 anos atua na contramão da ala progressista. Para se tornar o novo papa, Erdő aposta em sua postura conservadora e formação acadêmica sólida. Ele foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II em 2003, quando tinha 50 anos.

A sua principal causa é a “nova evangelização”, que luta contra a secularização – processo em que a religião perde influência e relevância em áreas como a política, a cultura e as instituições sociais. Ele mantém fortes relações com as lideranças ortodoxas e judaicas do Oriente, liderando os interesses católicos na região.

O filipino de 67 anos pode se tornar o primeiro papa do Extremo Oriente. Ele foi nomeado cardeal em 2012 pelo Papa Bento XVI. Seu principal trabalho foi presidir a Caritas Internacional, organização humanitária da Igreja, se destacando por articular questões teológicas e sociais de forma acessível.

Tagle é renomado no Vaticano por seu compromisso com a justiça social, o combate à pobreza e a defesa dos direitos humanos, pautas próximas às ideias do pontífice argentino que o qualificam para se candidatar a novo papa.

O estadunidense de 78 anos se tornou, em 2020, o primeiro cardeal afro-americano da Igreja Católica, após ser nomeado pelo Papa Francisco. Ele também é o mais velho a aparecer na lista de favoritos a novo papa.

Gregory é conhecido por seu compromisso com questões de justiça social, igualdade racial e pelos seus esforços para combater os abusos sexuais que ocorrem nas igrejas. O cardeal também tem forte atuação na defesa das ações contra as mudanças climáticas.

Também nascido nos EUA, o cardeal de 76 anos foi nomeado em 2016 pelo Papa Francisco. Ele é membro da ala progressista da Igreja Católica.

Conhecido por sua abordagem inclusiva e seu foco em questões sociais, Cupich defende uma Igreja mais acolhedora e voltada para as necessidades dos marginalizados.

O congolês de 65 anos se tornou cardeal em 2019 após ser nomeado pelo Papa Francisco. Caso se torne o novo papa, ele será o primeiro subsaariano a ocupar o cargo.

Besungu tem grande destaqie dentro da Igreja Católica por conta da sua forte defesa da paz e da justiça social na República Democrática do Congo, país que tem passado por sucessivos conflitos armados desde a década de 1990.

Nascido no interior de São Paulo, onde também iniciou sua carreira clerical, Sérgio da Rocha foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2016. O brasileiro candidato a novo papa é renomado pelo seu extenso currículo acadêmico, que inclui um mestrado em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e um doutorado pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

Rocha é conhecido pelas suas posturas progressistas em prol da comunidade LGBTQIA+. Em 2021, ano em que foi nomeado membro da Congregação para os Bispos pelo Papa Francisco, ele celebrou uma missa em Salvador (BA) em nome dos membros da comunidade que foram assassinados.

Nascido em Forquilhinha, sua atuação é bastante forte na Amazônia, onde é arcebispo em Manaus (AM). Steiner é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.

Ele ficou conhecido durante a pandemia de Covid-19 pela sua postura contra os negacionistas. Na época, ele reafirmou que negar a ciência e impedir o combate à pandemia era uma postura insensível, principalmente contra os pobres e as pessoas em situação de rua, parcelas da população mais vulneráveis a doenças.
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