O dólar subiu e chegou a R$ 5,864 pouco depois das 9h desta segunda-feira (5), diante da preocupação global de investidores com uma possível recessão na economia dos Estados Unidos e possíveis cortes agressivos de juros pelo Fed (Federal Reserve, instituição equivalente ao Banco Central nos EUA). A moeda norte-americana fechou em queda na sexta-feira (2), a R$ 5,709, um dia após ter alcançado o maior patamar desde dezembro de 2021.
Por volta das 10h, o dólar cedeu um pouco e chegou a R$ 5,763. Caso feche acima de R$ 5,80, será a primeira vez que a moeda terminará o dia neste patamar desde maio de 2020, em meio à crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus.
Hoje, a agenda de indicadores está esvaziada no Brasil, mas ganhará força nos próximos dias, com destaque à ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de julho. Nos EUA, nesta segunda-feira, saíram dados de atividade (PMI, na sigla em inglês).
A aversão a risco internacional começou na sexta-feira após dados americanos de atividade mais fracos do que o esperado fortalecerem a ideia de recessão nos Estados Unidos. Em Nova York, o Nasdaq perde 5% nesta manhã e as bolsas europeias abriram com forte desvalorização. Ná Ásia, Tóquio despencou 12,40%.
Segundo a LCA Consultores, o temor de contração da economia global segue alto, com impactos nos ativos de risco e isso pode elevar a pressão para que os principais bancos centrais tenham de ser agressivos na expansão da política monetária para evitar uma contração econômica.
Neste sentido, a ata do Copom, que sairá amanhã no Brasil, ganha ainda mais importância. Na semana passada, o colegiado manteve a Selic em 10,5% como o esperado, indicando que este nível deve permanecer pelo menos até o final de 2024. Em meio ao avanço das expectativas de inflação e das incertezas fiscais, alguns economistas não descartam alta do juro básico em algum momento. No Focus divulgado hoje, a mediana das projeções para a Selic em 2025 subiu de 9,5% para 9,75% ao ano.
Boletim Focus
No relatório, a mediana para o IPCA de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%. Para 2025, foi de 3,96% para 3,98%. A mediana das expectativas indica também que a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 – o fim do primeiro trimestre – deve ficar em 3,77%.
Na semana anterior, a estimativa intermediária apontava um IPCA de 3,76% no período. A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 se manteve em 0,70% do PIB (Produto Interno Bruto), distante da meta deste ano, de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos.
Para o dólar no fim de 2024, a mediana permanece em R$ 5,30, mas para fim de 2025 passou de R$ 5,25 para R$ 5,30.