Letícia Machado, mãe de uma menina, de 4 anos, que frequenta uma escola da rede municipal de Criciúma, compartilhou, com indignação, uma notificação para comparecer ao Conselho Tutelar por não imunizar a filha contra o coronavírus. Recentemente, a vacinação contra a covid-19 em crianças na cidade gerou um debate entre órgãos e população.
A mulher afirmou, ainda, em um vídeo, que foi ao Conselho Tutelar e, lá, assinou uma advertência. “Me passaram a informação de que eu tinha cinco dias para vacinar minha filha ou meu caso seria passado para o Ministério Público”, detalhou.
“Não sou única, não sou anti-vacina, não sou negacionista. Conversei com políticos, conversei com médicos, conversei com advogados, basicamente, todo mundo me passa a mesma coisa, seja firme, seja resistente, mantenha a sua postura, não vacina. Mas como a gente fica nessa situação?”, frisou.
Ao ND Mais, a mãe afirmou que, desde a pandemia, lê sobre as vacinas contra a covid-19 e acompanha o posicionamento de outros países. “Faço parte de alguns grupos de pessoas que tiveram reações bem graves e até morte na família após se vacinarem”, disse.
Letícia disse, ainda, que chegou a conclusão de que o benefício não compensa os riscos às crianças. “Acho estranho outros países recomendarem a vacina só para pessoas com mais de 65 anos ou muito doentes e, no Brasil, obrigarem três doses em crianças a partir de seis meses”, enfatizou.
Diante da repercussão sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças, na quarta-feira (2), o prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola (PSD), o Vaguinho, manifestou-se. O chefe do executivo municipal afirmou que “perseguir famílias que não se vacinaram contra coronavírus é perturbador e está acontecendo aqui”.
“O Conselho Tutelar é independente, mas foi eleito pela comunidade e é pago pela cidade, portanto, o mínimo que se espera é respeito. Respeito pela decisão de cada família. A minha, por exemplo, decidiu por vacinar, mas isso é uma escolha, não pode ser uma imposição”, disse o prefeito.
Ainda conforme Vaguinho, a principal preocupação é discriminar as famílias pela escolha em não vacinar contra a covid-19 e isso prejudicar os estudos das crianças. Além disso, o prefeito afirma que defende a opção no caso da imunização do coronavírus, não de outras doenças.
Não se pode generalizar e prejudicar a vacinação segura de várias outras doenças que a gente já tinha superado e que agora, inclusive, estão ameaçando voltar, como a poliomielite, o sarampo e até a rubéola”, pontuou, ainda, Vaguinho.
Ao fim da manifestação, o prefeito enfatizou que “a própria ciência diz que a vacina não evita contágio, portanto, alunos não vacinados contra a covid-19 não representam perigo para os demais”. Ele ainda afirmou que “vou sempre lutar pela garantia da criança estudar e dos pais exercerem seu direito de escolha”.
Conselho Tutelar esclarece situação em coletiva de imprensa
Durante uma coletiva de imprensa, realizada na tarde de quinta-feira (3), os Conselhos Tutelares um e dois, de Criciúma, afirmaram que atuam baseados na lei e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). “Nada disso vem do acaso, é uma imposição legal. Temos uma lei municipal, de 2018, e uma estadual que garante isso”, explicou a conselheira, Vanderléia Paes.
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