Um homem que tentou matar a própria esposa com uma foice enquanto ela dormia em 2013, no município de Galvão, no Oeste catarinense, foi condenado 12 anos depois. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que garantiu a condenação do réu, a mulher foi vítima de uma nova tentativa de feminicídio neste ano, pelo mesmo homem com quem tinha voltado a conviver.
Confirme a denúncia, o então marido da vítima a atacou dentro da própria casa, durante a madrugada, porque estava descontente com a “desobediência” dela e queria dar fim a isso. A tentativa de homicídio só não foi consumada porque o filho da vítima e um vizinho conseguiram impedir o agressor de continuar o ataque, tirando-lhe a foice.
O Tribunal do Júri reconheceu que o crime foi cometido por motivo fútil e de forma covarde, já que a vítima estava dormindo e não teve chance de se defender. O agressor foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado e levado ao presídio logo depois para o cumprimento de pena.
O promotor de Justiça João Augusto Pinto Lima destacou que, em razão da demora do julgamento, a mulher foi reinserida no ciclo de violência, passando a viver com o réu novamente. Em 2025, foi vítima de uma nova tentativa de feminicídio, crime cuja ação penal continua em andamento.
Segundo ele, no caso de Maria da Penha, foram oito anos até o primeiro julgamento e 15 anos até a condenação definitiva do agressor, que permaneceu solto durante todo esse tempo. Já no caso julgado agora, em São Domingos, o júri aconteceu 12 anos após o crime, mas o réu saiu preso do plenário, graças à mudança na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que permite a execução imediata da pena após a decisão do Tribunal do Júri.
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