No dia do julgamento no STF, parlamentares se movimentam para pautar anistia no Congresso

Enquanto o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus que respondem por tentativa de golpe de Estado segue na primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal), a movimentação nos bastidores políticos de Brasília se direciona para a votação de uma anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Representantes da oposição, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pressionam o presidente da Câmara, Hugo Motta, para pautar o tema ainda nesta terça-feira (2). Motta se reúne nesta manhã com alguns líderes partidários para discutir o assunto.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, que acompanhava a sessão do STF dentro do plenário, saiu por volta de 11h30 afirmando ter sido chamado por Hugo Motta para a reunião. “Estamos preocupados com a pauta da Câmara, porque há pressão por parte da oposição para que seja votada a anistia, o que é um completo contrassenso e tenho certeza de que o presidente Hugo Motta não entrará numa aventura como essa com o julgamento acontecendo”, declarou o parlamentar petista. “Seria uma interferência abusiva e absurda por parte do Legislativo”.

Questionado sobre a atuação do governador Tarcísio nos bastidores para emplacar a pauta da anistia, Lindbergh acrescentou: “Isso não é papel do governador, hoje o país tem que estar em tranquilidade”.

Deputados da oposição também se reuniram nesta manhã para definir estratégias de levar o projetos e anistia ao plenário da Câmara ainda nesta semana.

 

O que disseram as defesas após início do julgamento no STF

O julgamento teve início por volta de 9h15 com a leitura do resumo do caso pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez sua manifestação de acusação por cerca de uma hora e meia. Após pausa para o almoço, a sessão deve continuar à tarde já com as sustentações orais das defesas, cada uma podendo falar por até uma hora.

O primeiro advogado a se manifestar será o de Mauro Cid, ex-assistente de ordem de Bolsonaro e que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. As demais defesas serão feitas em ordem alfabética dos nomes dos réus.

Na saída do julgamento no STF após a primeira parte da sessão, Paulo Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, disse não haver “nada de excepcional” nas falas de Alexandre de Moraes e Gonet.

O defensor se negou a adiantar os argumentos que serão usados em sua sustentação oral, mas confirmou que o ex-presidente não irá comparecer nas sessões do julgamento. “Ele não tem obrigação de vir e não tem condições, está com a saúde debilitada, um estado de saúde que é público e notório, com cirurgias de grande porte, e seria uma jornada extenuante de muitas horas”, explicou.

Celso Vilardi, outro integrante da defesa de Jair Bolsonaro, não quis falar com a imprensa quando deixou o prédio. Mais cedo, quando chegava, Vilardi comentou que o réu não viria acompanhar a sessão pessoalmente porque “não estava bem”. Perguntado sobre o motivo do mal estar, ele afirmou apenas: “Isso precisa perguntar para os médicos”. Ele comentou ainda que pretende fazer uma defesa “verdadeira, baseada em pontos jurídicos”.

Já o advogado de Walter Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima, demonstrou incômodo com o que foi dito pelo procurador geral. “No nosso momento de manifestar, vou rebater ponto por ponto na tribuna todas as colocações dele”, pontuou.

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